domingo, 22 de maio de 2011

Aprender em Regime Online

Alguns autores, segundo Fahy (2008), evidenciam algumas vantagens e desvantagens da aprendizagem online. O grupo das primeiras releva a “maior flexibilidade para os alunos, os gastos reduzidos na construção de universidades, uma maior literacia informática, a capacidade de reutilização dos materiais dos cursos, a maior capacidade de transferência de colaboração, a melhoria dos níveis de graduação/licenciaturas e maior atenção para exigências/necessidades de atenções especiais”. (Fahy, 2008, pp. 2-3) O das segundas baseia-se sobretudo no cepticismo e na desconfiança, tanto da população como das entidades empregadoras, quanto à qualidade do ensino ministrado, nas questões relevantes quanto ao tratamento equitativo por parte dos professores e à redução de oportunidades de interacção espontânea entre professores e alunos.
Existem, de facto, algumas condições para o sucesso da aprendizagem online, que se prendem, por um lado, com as características dos alunos e, por outro, com a atitude do professor.
Podemos destacar duas características básicas nos alunos: um certo grau de autonomia e uma certa capacidade de comunicação colaborativa. A autonomia dinamiza a actividade necessária e o controle do processo, indo muito mais longe do que a postura de ouvir passivamente os conceitos verbalizados pelo professor. O aluno é impulsionado a investigar, a desenvolver a crítica, a ponderar na análise às interpelações dos seus pares e antes de interagir. Tudo isso implica e desenvolve, simultaneamente, uma certa maturidade e um certo “estilo de comunicação” (Fahy, 2008, p. 4), como demonstram alguns estudos. No que diz respeito à comunicação, salienta-se, também, a importância da competência na comunicação escrita.
O papel do professor assume contornos específicos e diferenciados do que se está habituado no regime presencial. Mais do que ser detentor e doador do saber, ele é o moderador do processo activo do aluno e essa função traduz-se em proporcionar “a qualidade necessária de estrutura e de diálogo online”. (Fahy, p. 4) Fahy (2008), apoiando-se em estudos, ressalta a importância da competência dos professores para utilizarem devidamente as tecnologias, como plataforma no apoio seguro aos alunos, já que o processo se centra no trabalho destes. No entanto, há quem ressalte a liderança activa, motivando e mobilizando acções específicas. (Jonassen, 2007) Na minha experiência pessoal de aluna tenho tido a oportunidade de testemunhar a importância efectiva desta última característica.
Em conclusão, “o sucesso individual dos participantes com a comunicação online depende do uso eficaz dos recursos técnicos disponíveis, bem como da orientação e liderança exercida por um professor-moderador qualificado” (Fahy, p. 4) A qualidade do uso dos meios disponíveis está associada a um processo de cooperação. Cooperação madura e consciente, em que as dúvidas de uns são as dos outros, em que do diálogo salta-se à reflexão, à sistematização do pensamento e a perspectivas até então não percepcionadas. Porque, fundamentalmente, a comunidade de aprendizagem, em regime online e ao contrário do regime presencial, não é um lugar e sim um processo.

Referências bibliográficas:

Fahy, Patrick J. (2008). As Características dos Meios de Aprendizagem Interactiva Onlin, Athabasca University.

Jonassen, David H. (2007). Computadores, Ferramentas Cognitivas. Desenvolver o processo crítico nas escolas, Porto: Porto Editora.

Utilização de Blogs na Educação

O Impacto das Tecnologias Online no Contexto Educativo

O desenvolvimento das tecnologias online tem tido um grande impacto, na transição do milénio, em diferentes contextos socioculturais e económicos, mormente nos países desenvolvidos, invadindo empresas, entidades, lares… A familiarização e o acompanhamento do desenvolvimento da internet pela população, sobretudo das novas gerações, impulsionam, inexoravelmente, a emergência de novos saberes conceptuais, processuais e metacognitivos, de novos técnicos, de novos serviços, mesmo nas instituições mais tradicionais.
O contexto educativo não está à margem deste movimento emergente. Estudos diversos evidenciam, nos países desenvolvidos, a posse de computador pessoal e a utilização quotidiana da internet pela maioria da população estudantil e, por outro lado, o regime de aprendizagem online, através das novas tecnologias, tem sido uma prática crescente em diversas universidades internacionais, contribuindo para o sucesso, qualidade e prestígio de algumas delas.
Já existem estudos a contabilizar as vantagens e desvantagens da aprendizagem online, cuja evolução tem sido significativa, abrangendo quer as tecnologias utilizadas quer a organização pedagógica quer a aderência dos aprendentes. No entanto, a utilização da internet no contexto educativo não se esgota no regime de aprendizagem online. São inúmeras as ferramentas disponíveis, impulsionando novos desafios aos professores no desempenho de uma nova prática docente, caracterizada pela criatividade no tratamento dos temas e no desenvolvimento das competências cognitivas e sociais. Multiplicaram-se os meios e estes são uma realidade global que veio para ficar. Um facto cada vez mais prosaico. Com eles multiplicaram-se os estudos das boas práticas, orientando-as com mais acerto no contexto educativo. Saber utilizar eficazmente a impressão de texto, gráficos e vídeos, o software social (como o blog e o wiki) ou os dispositivos móveis são desafios inadiáveis para a comunidade educativa, na medida em que as vantagens já estão documentadas. A disponibilidade para esse processo evolutivo é imprescindível, não perdendo, no entanto, a visão do essencial no empenho para o sucesso pedagógico, por parte quer das organizações educativas quer dos docentes, lembrando a observação de Rovai e Barmum de que “a estrutura do curso e a pedagogia utilizada são sempre mais importantes do que o média usado.” (2003, como citado em Fahy, 2008, p.2)



Referência Bibliográfica:


Fahy, Patrick J. (2008). As Características dos Meios de Aprendizagem Interactiva Online, Athabasca University.